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Abarcar o mundo ou abraçar o mar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"INSTANTE"

Adiante o pórtico haviam duas estradas, apontada cada uma em direção contrária.

Ao seu redor estendia-se um amplo vale de pedras e despenhadeiros até o perder da vista, a descer e a subir através das nuvens e além do mar. Acima do pórtico havia um letreiro, sobre o qual se lia a palavra "instante" pintada em letras pretas.

Adiante o pórtico haviam duas estradas, apontada cada uma em direção contrária.

A primeira estrada seguia pela tua esquerda, larga e declinada por uma eternidade, e segunda estrada seguia pela tua direita, aspiralando-se sobre as pedras murchas por outra eternidade. Perdidas em meio aos vales e as montanhas, ninguém ainda havia percorrido nenhum dos dois caminhos antes.

Mas se adiante o pórtico haviam duas estradas, apontada cada uma em direção contrária, ao seguir por apenas uma delas  quem ainda há de dizer que ambas não hão de se encontrar um dia, em algum futuro: cruzando-se, confundindo-se e mudando o seu rumo?

Pois tudo o quanto é reto mente. E se o "instante" agora se prosta diante de ti e se abre como o céu ou como o mar saiba que atrás de ti outra longa estrada se estende rumo à eternidade. E por ela, tudo há de passar uma vez mais.

Mesmo este "instante", tão recluso e tão próprio, já não passou por aqui um dia antes, uma outra vez? Tu mesmo não há de se lembra daquela noite? Pois se adiante o pórtico existem duas estradas, apontada cada uma em direção contrária, e se tu escolhesse seguir por uma delas - qualquer que seja - pela eternidade, um dia não haveria de voltar - uma vez mais - para cá?

DEUS SALVE A RAINHA!

Impresso na gráfica dos Judeus-Sem-Pênis.