Uma fada de asas amarelas canta uma triste canção, dentro do buraco no tronco do açaízeiro.
(Ela canta para mim e para minha morte iminente - afirma a Vaca)
Uma fada de asas transparentes perdeu-se em meu quintal, quando o sol se punha pela última vez antes de fevereiro terminar para sempre.
(Ela seguia o cheiro de mel e de virgindade - lamenta a Garota Impura)
Fadas costumam perder-se em meus sonhos, quando as noites estão frias e o meu calor não é o sufuciente.
(Isso é o que me faz acordar triste todos os dias - escreve o Falido Escritor)
(Ela canta para mim e para minha morte iminente - afirma a Vaca)
Uma fada de asas transparentes perdeu-se em meu quintal, quando o sol se punha pela última vez antes de fevereiro terminar para sempre.
(Ela seguia o cheiro de mel e de virgindade - lamenta a Garota Impura)
Fadas costumam perder-se em meus sonhos, quando as noites estão frias e o meu calor não é o sufuciente.
(Isso é o que me faz acordar triste todos os dias - escreve o Falido Escritor)
Durante o equinócio de outubro, deixei-me perder em uma triste vila onde os habitantes nunca morriam. Todos eles caminhavam eternamente, despedaçando-se em membros podres e ocos pelas calçadas de cor cinza de seu vilarejo imundo, atolados em suas vidas já mortas e em suas memórias já velhas.
Lá, as fadas sempre deixavam suas marcas entre as rugas das peles das Senhoras e dos Senhores de muita idade, para os fazer acreditar que, em algum momento, todos os seus sacrificios teriam valido à pena e todas as suas dores e angustias, provenientes de uma vida longa e desnecessária, seriam, enfim, justificadas.
Lá, as fadas sempre deixavam suas marcas entre as rugas das peles das Senhoras e dos Senhores de muita idade, para os fazer acreditar que, em algum momento, todos os seus sacrificios teriam valido à pena e todas as suas dores e angustias, provenientes de uma vida longa e desnecessária, seriam, enfim, justificadas.
Sim, as fadas constumavam fazer isso.
Mas nunca existiu justiça e nenhum sacrifício nunca foi recompensando. Sacrifícios são deleites inúteis para um Deus insano e Justiça é uma protistuta que se abre para qualquer um em qualquer cama. No fim, nem mesmo todas as fadas do mundo têm alguma importância, mesmo as de cores mais retumbantes ou as de asas mais recatadas; as Senhoras e os Senhores sempre souberam, no fundo de sua dor inválida, que a morte nunca poupará sua desgraça e que a vida nunca valeu o vazio, o ódio, os anos infertéis em frente aos dias inúteis. É assim que todas as almas que escolheram estar entre os que caminham terminam seus dias, diz o Livro Daquele Que Jaz Sem-Coração Entre os Impúros.
Aloha amigo Raoni de Holanda. também estava sem um puto quando vossa mercê esteve aqui por manga city. Por isso de não ter ido prestigiar o show de vossa banda.
ResponderExcluirMuito bom esse post novo. As fadas realmente não tem importância pros senhores que aram as dores dos dias com seus ancinhos de desesperos... (sentiu o frisson do aforismo?)Abços macapaenses nobre camarada ;)
Ah, uma coisa. quem é a fã dos meus contos que disseste que me arrumou?
ResponderExcluirTava com saudades desses textos esnobes. Acho que tu melhorou, Raoni.Os textos antigos eram meio hermeticos e opacos demais, apesar de serem muito bem escritos e terem palavras muito bonitas para substituir coisas feias.
ResponderExcluirAcho esses novos textos menos poluidos de super palavras dificeis e bonitas,mais diretos, mais pessoais e tal.Só sinto falta de um texto narrativo. Os dois textos descrevem algo ou alguma coisas. Prefiro narrativas.